quinta-feira, 5 de abril de 2007

A volta dos Que Não Foram

Fazendo um gancho com o texto do Amigo Mário Vitor em seu excelente blog(http://pavilhaotricolor.blogspot.com), fico pensando porque muitos torcedores desejam que o Fluminense volte a ser como outrora. Sou de 1975 e não vi um Fluminense tão grandioso assim. Quando percebi que era tricolor, já tinha 10 anos e já morava no Planalto Central. Todo ano ia ao Rio, mas nem sempre ao Maior do Mundo. Meu carinho, amor, afeto e paixão pelo Fluminense já existia, mas não conseguia enxerga-la – mesmo sendo criança - como aquela Fantástica Fábrica de Chocolates.

Não estou dizendo que antes do meu nascimento o Fluminense nunca foi grande, foi sim. Acredito nisso. Mas também nunca foi maior do que a própria torcida imagina.

O Fluminense hoje, tem lá sua importância, mas nada que seja “ ah meu Deus, se o Fluminense acabar, o Futebol vai perder a graça!”. Perderá a graça pra nós, tricolores, pro resto do mundo continua a mesma coisa. Será mesmo que somos tão grandes assim? Somos o principal, eu disse p-r-i-n-c-i-p-a-l, adversário de quem? Do Vasco não somos, do Fla muito menos e por ai vai. O Fla x Flu está eternizado no hino do Flamengo, mas ele que é nosso principal rival, assim como dos outros clubes do Rio. Nelson Rodrigues escreveu décadas de textos imortalizando o Fluminense. Se muita coisa não mudar é isso que seremos apenas, referências históricas de um dos maiores escritores do Mundo, que graças a Deus, é Tricolor.

Na minha adolescência conheci um time chamado Palmeiras. Era Palmeiras pra cá, Palmeiras pra lá. Antes disso, nem sabia quem era Palmeiras, assim como só conhecia o Santos por causa do Rei. Naquela época o Palmeiras ganhava tudo e o mais impressionante era “como“ ganhava. Goleadas, craques, títulos expressivos, patrocínio, gerência... Ali estava um time a ser batido.

Pergunte a quem de 30 anos, qual agremiação ele viu vencer e aparecer. Com certeza o Fluminense não estará nessa lista. Fomos sinônimos de banalização das leis do Futebol, viradas de mesa, fomos rebaixados 3 VEZES, e mesmo assim, muita parte da torcida acha que o Fluminense é maior do que ele realmente é.

Não tem como ajudar um doente, se os médicos não conseguem identificar o tamanho do Mau. Não tem como um doente se ajudar, se não acreditar que o tamanho de sua enfermidade, pode lhe matar. O Fluminense vem morrendo nas ultimas décadas, mas tanto boa parte da torcida, como seus dirigentes, não acham que corre risco de morte.

O Fluminense precisa de uma, duas, três décadas de vitórias, conquistas vertiginosas. Títulos expressivos, excelência administrativa pra depois começar a exigir respeito de todos. A Camisa tricolor só voltará a colocar medo em alguém depois de todo esse processo. Um jogador só baterá no peito e dirá com orgulho que jogou no Fluminense, se tudo isso acontecer.

Caso não aconteça, vamos continuar insistindo em ser algo que jamais fomos.

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